segunda-feira, 9 de maio de 2011

G.O.R.D.A II - A missão



Eu não sei se alguém ainda lê isso aqui. Enfim, quero botar pra fora e ler esse post daqui 3 anos e encarar como uma confissão de diário.



Pois bem, estou fazendo dieta. Sim, é o fim dos tempos... 2012 tá aí! Fazem exatos 46 dias que comecei. Até agora perdi aproximadamente 6kg. Junto com eles perdi também minha paciência, meu humor, minha vontade de sair, de socializar, de ser eu. Afinal, fazer a dieta não foi uma decisão minha, mas da minha médica. Portanto, não estou emagrecendo porque, do dia pra noite, acordei e pensei: "Vamos jogar fora toda aquela história de que você se sente bem do jeito que é e secar". Na verdade, acordei um dia e me vi na dura realidade de que meu pequeno corpo de 1,56m não suporta mais meu peso. É isso... foda-se se eu me não me importo em ter 3 toneladas. Eu PRECISO emagrecer. Virou questão de saúde.



O difícil é que nunca me enxerguei tão gorda. Acho que era um tipo de anorexia ao contrário... eu me via gorda, mas não do jeito que eu tava. Aliás, acho que me via exatamente como eu sou, mas isso não me incomodava e nem fazia eu me sentir feia... coisa que nunca achei mesmo. Me olho no espelho e me acho bonita. Sei que sou... os olhares dizem. Na minha cabeça fica uma coisa dúbia, porque eu me aceito gorda, como sempre fui. Mas não é assim que meu corpo reage. Então vou contra minhas crenças, desço do salto e só como alface. Sinto como se estivesse me traindo e desmentindo todo o meu discurso de aceitação própria.



Entrei em processo de reabilitação alimentar. Sim, porque comida é um vício. Quem é gordo sabe... a gente tem uma relação diferente com comida. É mais estreita, é algo envolvido com prazer, com culpa, com medo, anseios, agonias, felicidade... comer é muito bom. Imagine pra mim, que amo comer, o que é, de repente, se ver em uma alimentação restritiva. É ou não é motivo suficiente pra ficar mal humorada?



Sinto saudade de açúcar... principalmente de bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Sinto falta de massas... muita massa! Falta de bacon, de maionese, do cheiro gostoso que só uma lanchonete calórica tem. Mas tento pensar que toda essa comida só me dava conforto e prazer por um breve momento. Eu não me saciava mais... nada era o bastante. E só agora, depois de muito alface e frutas, depois de muito light e muito diet, consegui enxergar que a fome insaciável não era fome, era eu. É difícil admitir, mas eu sou viciada em comer para aplacar minha agonia. Era meu calmante, era minha morfina. Eu escrevo essas linhas e choro, porque admitir um vício não é fácil. Começar um regime não foi fácil, mantê-lo no mesmo ritmo menos ainda. Mas, de pouquinho em pouquinho, de salada em salada, eu chego lá...



BEIJO DA GORDA!!



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