quinta-feira, 29 de junho de 2006

Formiguinha

Engraçado como as coisas são. Um dia você está aqui, bem, com seus amigos. No outro, você se vai, sem a chance de se despedir...
Conheço a Tia Sarita desde pequena. Ela é como uma irmã pra minha mãe, só que é mais: é amiga, companheira, confidente... se infiltrou na família. E foi uma delícia.
Tia Sarita é cheirosa, tem a pele mais linda e branca que eu já vi. Unhas compridas, óculos redondos, risada gostosa. Sempre com uma bolsa nova, uma sandália diferente, sempre aqui em casa. Ela faz parte da minha vida. Na minha infância, Tia Sarita me mimava com os brinquedos mais legais, com as maquiagens mais fantásticas, com os esmaltes mais coloridos. Mas eu gostava mesmo era de vê-la conversando com minha mãe, deitada na minha cama. Na minha adolescência, Tia Sarita me mimava com roupas de marca, com lembrancinhas que mais pareciam super presentes! Mas eu gostava mesmo era de mexer nos cabelos dela, de "ver" com as mãos todas as suas lindas bijouterias. Me lembro das festas da maçonaria, quando íamos só para comer! Ou quando ia à sua casa, brincar com qualquer coisa que encontrasse pela frente... Tia Sarita tinha muitas coisas que eu adorava! Roupas, sapatos, maquiagem, bugingangas.
É uma mulher doce, meiga, tranqüila. Nunca vi Tia Sarita falar mal de alguém, acusar alguém, julgar alguém. Grande ser humano! Tia Sarita está no hospital, quase indo embora... e eu aqui, já sentindo a sua falta...
Sarita Formiga. Sempre achei engraçadinho o sobrenome dela...

Recomendação Médica!


Não, não estou imitando meu amigo Preto... estou aqui por recomendação médica! Segundo minha psicóloga, Flávia, isso faria bem a mim! Espero que faça mesmo.
Não sei como fazer isso. Talvez escrever livre e loucamente, da mesma forma que falo. É, acho que assim funciona! Quem sabe expor meus problemas, dúvidas, e todas aquelas baboseiras que me vêem à cabeça diariamente... ou mesmo falar mal de alguém, mostrar minha ira diante de certos acontecimentos. Que se dane! Não estou fazendo isso para os outros! Mas pra mim! Isso! Aqui, quem sabe, descubro o porque da minha eterna agonia, aquela que não me abandona nunca, aquela que não vivo sem. Agonia que minha psicóloga teima em chamar de Transtorno de Ansiedade. Então não sou eu uma agoniada, mas sim uma transtornada! Ah não! Transtorno é nome de doença, e transtornada me faz parecer louca... portanto continuo agoniada! Porque o que eu sinto é agonia, frio na barriga, nó na garganta, vontade de chorar, vontade de rir, de dormir, de acordar! Ah, acho que deu pra entender!
Enfim... vou deixar aqui toda a loucura que as pessoas dizem que eu tenho!